top of page
A possibilidade de uma psicologia com base fenomenológico-existencial

Através das contribuições de Husserl e Heidegger para o desenvolvimento de um pensar fenomenológico, o trabalho se baseia na Analítica do Dasein de Heidegger e apresenta uma ótica diferente da psicologia clássica.


Compreender, na psicologia fenomenológico-existencial, consiste em acompanhar aquilo que o outro tem a dizer bem como a estrutura de sentido que sustenta seu modo de ser, permitindo que a situação em que se encontra apareça para ele, de modo que diante disso, possa decidir-se, transformar-se. O estudo evidencia a importância de acolher o sofrimento e a dúvida sem enquadrá-los de antemão em padrões, regras e estereótipos, mas suspender crenças, atitudes e teorias, e colocar em suspenso o saber das coisas. O rigor fenomenológico consiste na consideração da impossibilidade de reduzir o ser humano a conceitos, mas, podendo até valer-se deles, encará-lo como a manifestação de uma existência que não poderá ser medida nem controlada, por mais que se esgote em definições e explicações sobre tal.

 

Foi realizada pesquisa qualitativa com revisão narrativa da literatura que aborda o tema, a partir dos principais leitores de Husserl e Heidegger. Tal método não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura; a busca não esgota as fontes e não aplica estratégias de pesquisa exaustivas. A seleção dos estudos e a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores.

 

Faz-se perceptível a importância da Fenomenologia Existencial como sustentáculo possível à Psicologia, em contrapartida à uma prática técnica calculante e ainda instrumento da visão dicotomizada do ser (corpo e mente, mundo interno e mundo externo, ser e mundo), que atribui identidades permanentes às manifestações da existência, analisadas quantitativamente e confirmadas ou corrigidas empiricamente. Logo, conclui-se que os problemas do ser não são problemas da interioridade, nem somente do orgânico, nem da semântica interna – enfim, não são problemas do “eu”. São possibilidades da existência, da relação ser-no-mundo. Relação esta que pode ser compreendida e analisada sob o prisma da fenomenologia existencial, aprofundando e alargando os horizontes da formação humana.
 

Palavras-chave: Psicologia; Fenomenologia Existencial; Ser-no-mundo.

Esp. Fabiana Cardoso Silva

Profª. Ma. Roberta da Costa Borges

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGRAS, M. O ser da compreensão. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1981. 100 p.

BORGES, R. C. Pais e mães heterossexuais: relatos acerca da expressão da homossexualidade de filhos e filhas. 2009. 253 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.

FEIJOO, A. M. L. C. de. A existência para além do sujeito. 1 ed. Rio de Janeiro: Viaverita, 2011. 207 p.

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Parte 1. 15 ed. São Paulo: Vozes, 2005. 325 p.

 

HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Madras, 2001/1929. 176 p.

MOREIRA, V. Possíveis contribuições de Husserl e Heidegger para a clínica fenomenológica. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 4, p. 723-731, out/dez. 2010.

PICCINO, J. D. O que é existencialismo: existencialismo – fenomenologia – humanismo. In: CASTRO, D. S. P. Fenomenologia e análise do existir. 1 ed. São Paulo: Metodista, 2000. p. 65-74.

RILKE, R. M. Cartas a um jovem poeta. Porto Alegre: L&PM, 2009. 96 p.
 

bottom of page